terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Shiatsu


O shiatsu é comumente definido como uma “massagem oriental”. Mas na realidade é muito mais do que uma simples massagem. É uma terapia do reequilíbrio físico e energético. Atua através de pressões que são efetuadas em determinadas áreas e pontos do corpo humano.
É de fato usado por profissionais de saúde para curar doenças – normalmente em combinação com outras terapias orientais. Para curar doenças, porém, o shiatsu sozinho é uma técnica limitada. É mais útil para levantar o nível de energia do paciente, regular e fortalecer o funcionamento dos órgãos e estimular a resistência natural do corpo às doenças. É uma técnica mais preventiva do que curativa.

É verdade que o shiatsu alivia dores no corpo e dá conta de pequenos distúrbios orgânicos. Mas o grande potencial do shiatsu está em tornar o paciente consciente de seu próprio corpo. E o corpo não é só corpo. O corpo armazena emoções, sentimentos, reflete nosso estado mental. No corpo, por entre seus músculos e nervos, está inscrito um pouco de nosso passado. Ele fala de nós de uma forma mais viva do que nossas palavras, que contas histórias nem sempre exatas. O corpo não mente, e também não esquece.

O melhor shiatsu é simples. E nessa simplicidade ele é maravilhoso. Não há necessidade de se falar de pontos mirabolantes que curam todo tipo de doenças. Esse é um enfoque superficial, comercial. A idéia de que seja possível curar doenças pressionando um ou dois pontos pressionando um ou dois pontos do corpo não é simples – é simplista, falsa. Qualquer pessoa que trabalhe seriamente com as técnicas orientais de saúde sabe disso.
No shiatsu o praticante precisa estar consciente tanto de sua própria respiração quanto da paciente. Ela deve se manter fluida. A melhor pressão é efetuada enquanto o paciente exala, principalmente quando trabalhamos as costas, o tórax e o abdômen. O próprio praticante muitas vezes exala conscientemente enquanto pressiona. O sentido de equilíbrio é também muito importante. O praticante se move com harmonia. Todos os toques e pressões devem ser feitos com consciência, e sempre partindo do seu centro interno. “Um mestre transmite energia ki de seu hara (centro), em um estado de completo relaxamento” (Shizuto Masunaga).

O que caracteriza uma técnica não são as manobras utilizadas, mas a essência, a proposta do trabalho. Conscientemente ou não, muitas técnicas terapêuticas ocidentais valem-se, à sua maneira, do sistema energético do corpo conhecido dos orientais a milhares de anos. Durante uma aplicação de shiatsu podem ocorrer erupções emocionais, mas como uma necessidade natural do paciente naquele momento – não são nem provocadas nem necessárias à eficácia do trabalho. Perspectivas diversas não se invalidam umas às outras. Técnicas diferentes atuam por caminhos diferentes – e são adequadas a pessoas diferentes.

Beijocas